quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Educação
Departamento I
Curso de Pedagogia
EDC291 Educação de Jovens e Adultos
Docente- Sandra Marinho
Discente- Dejenane Silva

FONTE: COELHO, Ana Maria Simões; EITERER, Carmem Lúcia. A didática na EJA: contribuições de Gaston Bachelard. In:SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia; GOMES, Nilma Lino. (orgs). Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. P. 169-183.

A didática na EJA:
Ao iniciar o texto A didática na EJA as autoras Ana Maria Simões e Carmem Lúcia ressalta suas inquietações acerca das contribuições de Bachelard no Campo do Ensino Fundamental jovens e adultos a respeito da construção do conhecimento e o processo ensino aprendizagem desenvolvido na sala de aula pelos educadores da EJA. De acordo com as autoras a visão de mundo dos adultos representa um aspecto importante, concepção admitida por Bachelard. Partindo da ideia de que as experiências vividas pelo sujeito EJA, sejam de grande valia para construção do conhecimento. Contudo surge  inquietações nas autora, como relacionar as experiências do educando com as convicções pedagógicas do educador EJA.
Com a constituição de 1988 e a LDB a educação de jovens e adultos aponta como necessidade para esse campo: formação de educadores, um currículo adequado, materiais e estratégias de ensino diferenciado para atender as necessidades dessa especificidade. Sendo assim percebe-se que as concepções de Paulo Freire sobre a alfabetização de jovens e adultos traz em si valores importantes para esse campo, porque Freire releva a ideia de valorizar a visão de mundo do educando, como ponto de partida para formação humana, ou seja, para Freire não basta só a escolarização é preciso da continuidade a esse processo, porém a partir da experiência no Projeto Fundamental de jovens e adultos foi possível observar que a prática escolar não considera as especificidades do sujeito EJA, logo não se coloca como relevante as experiências vividas pelo educando.
Segundo as autoras a questão a relação do aluno com conhecimento escolar na EJA evidencia-se como uma importante problemática a ser analisada, logo as contribuições da pedagogia,  faz com que muitos dos  professores compreendam  necessidade da  participação do aluno estimulando assim o diálogo, desfazendo  a ideia de uma educação  onde o aluno é apenas um vaso a ser preenchido. Nesta perspectiva surge o desafio para o educador EJA de saber relacionar a valorização da vivência de mundo com as aquisições do conhecimento científico. E nesse sentido que consideramos as contribuições de Bachelard, importante pois ele descarta o autoritarismo do professor e a passividade do aluno na construção do conhecimento. Reconhecendo que o processo ensino aprendizagem acontece a partir da relação educador e educando, pode-se assim visar uma pedagogia mais efetiva onde o foco no aluno é a valorização do conhecimento que ele traz a partir das suas experiências.
Na formação do espírito científico, Bachelard deixa claro que ao longo dos séculos os modelos científicos são substituídos, porém não ocorreu de maneira linear, logo de acordo com o autor o saber verdadeiramente ocorre quando se opera a substituição de imagens e analogias por conceitos, enfim para Bachelard a cultura cientifica teria como ponto de partida afetividade dando ênfase aos conhecimentos dos alunos, ou seja, sair da mecânico para o dinâmico.Nesta perspectiva o autor, professor e filosófico defende a ideia de apresentar ao aluno um ensino ativo, em que através do diálogo possibilite o aluno a ser um questionador. Norteando em todos os aspectos a problemática da formação do sujeito EJA na relação professor x aluno, e na construção  do processo ensino aprendizagem, fica evidente que existem modelos que são excludentes, que é preciso reconhecer a necessidade de se respeitar a diversidade de valores, experiências de vida desses sujeitos e que cabe ao educador saber conviver com as diferentes visões de mundo trazido pelos educando.

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