quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Resenha sobre improvisação do teatro de Spolin,Viola


Resenha

Spolin, Viola

Improvisação para o teatro / Viola Spolin; [tradução e revisão Ingrid Dormien Koudela  e Eduardo José de Almeida Amos]. – São Paulo: Perspectiva, 2005. – (Estudos; 62 / dirigida por J. Guinsburg). Titulo Original: Improvisation for the theater 2ª reimpr. da 4. ed. de 2000. Bibliografia. ISBN 85-273-0139-3.

Credenciais da Autora

Viola Spolin ( Chicago, 7 de novembro de 1906 Los Angeles, 22 de novembro de 1994) autora e diretora de teatro, é considerada por muitos como a avó norte-americana do teatro improvisacional. Elaboradora dos Jogos Teatrais, metodologia de atuação e ensino de teatro, está presente em todos os fundamentos da atual comédia norte-americana, assim como os jogos apresentam influências do cabaré alemão e da commedia dell'art (Los Angeles Times). Ela influenciou a primeira geração de artistas norte-americanos da arte da improvisação através do Compass Theater e do Second City, grupos teatrais de Chicago das décadas de 1950 e 1960.

 

O texto a Experiência Criativa a autora Viola Spolin traz a ideia que todas as pessoas podem atuar, improvisar e que se desejarem podem jogar, aprender e ter seu valor no palco. Entretanto de acordo com a autora experiênciar é envolvesse totalmente no ambiente tendo a espontaneidade como momento de liberdade pessoal. Espontaneidade essa que possibilita o indivíduo a sua formação como sujeito, além de permitir momentos de descoberta, experiência e expressão criativa, visto que o professor junto com aluno realizem experiência onde a criativa e a inspiração são essências  para que possam atuar no palco.

Dando ênfase maior na questão da espontaneidade a autora dividiu em sete aspectos.

O primeiro é o jogo que se caracteriza por ser uma forma natural onde o grupo possibilita a pessoa o total envolvimento necessário para que a experiência possa acontecer. No aspecto da aprovação e desaprovação é preciso permitir ao jogador a liberdade necessária para jogar, porém esse aspecto retrata uma característica marcante que é o autoritarismo, causando uma inibição na formação do sujeito. E assim podemos perceber que muitos de nós fomos educados por aprovação e desaprovação, sendo passivos a julgamentos já estabelecidos não permitindo ser capaz de fazer nossas próprias escolhas. Porém quando esse autoritarismo é quebrado o sujeito torna-se autônomo de si, descartando essas qualificações como “bons” ou “maus” feita desde o nascimento. Enfim podemos concluir que a verdadeira liberdade pessoal e a auto-expressão só acontece realmente quando as atitudes entre professor e aluno possibilitem  a igualdade e a autonomia  entre ambos as partes

Na expressão de grupo podemos perceber a importância do talento para atividade artística, e a diferença entre competição imposta que é aquela que destrói a natureza básica da atuação no palco ocultando a auto-identidade e separando um jogador do outro, já competição natural é aquela que permite uma melhor abertura para atividade de grupo estimulando resolução de problemas e permitindo que o indivíduo permaneça intacto enquanto joga.

O que seria do ator sem a platéia?

Na realidade o ator deve ter bem claro que não existe teatro sem plateia, até porque eles são os convidados os avaliadores, ou seja, eles dão significado ao espetáculo. A platéia é um grupo do qual o ator está compartilhando suas experiências. 

As técnicas teatrais é um dos aspectos que dá ao autor a consciência direta e dinâmica de atuar, sabendo que quando o autor sabe que existem várias maneiras , de fazer e dizer algo as técnicas aparecerão de maneira ampla e total.

A transposição do processo de aprendizagem é um treinamento teatral que segundo Viola não se faz em casa, a única tarefa de casa é a experimentação. E o material necessário para o teatro é o crescimento artístico que é oferecido pelo mundo. A fiscalização o sétimo aspecto se faz pelo relacionamento físico e sensorial, ou seja, o artista capta e expressa para o mundo o que podemos chamar físico e através da linguagem física que o autor comunica-se com a platéia.

No texto procedimentos: nas oficinas de trabalho, Viola traz a ideia que a improvisação acontece do encontro e atuação do presente e que pode está em constante transformação. Assim solução de um problema é importante, pois elimina a necessidade do professor analisar o intelectual e retalhar o trabalho de um aluno utilizando-se de critérios pessoais, logo deve ser livre a maneira como aluno ator soluciona o problema, tornando-se uma questão pessoal. Na solução de problemas é importante evitar o dogmatismo para não prender-se em palestras de como atuar, logo tem-se que cada um a partir de seu próprio ponto de vista focalize mutuamente os problemas que surgirão. A partir do ponto de concentração independente da pessoa ou idade qualquer pessoa pode aprender teatro mesmo ele sendo uma arte complexa. Podemos entender que na realidade o ponto de concentração libera força grupal e o gênio individual, contudo existe alunos que resiste trabalhar com POC, estes serão sempre problemas e jamais serão capazes de improvisar, até porque improvisar é atuar sobre o ambiente e permitir que os outros atuem sobre a realidade presente, ou seja, como num jogo. A avaliação no sentido de procedimento para oficinas de trabalho é importante que o professor-diretor não veja como algo isolado, que ele deve assumir sozinho, é necessário que seja construída tanto pelo professor como pelo aluno, porque a avaliação é uma parte importante do processo e é vital para que se compreenda o problema tanto para o jogador como para platéia.

A instrução além de servir como um guia proporciona ao aluno a auto-identidade, ou seja, a instrução auxilia para que o ponto de concentração seja mantida dentro da atividade, logo percebemos a instrução como uma fonte de energia que mantém a realidade do palco viva para que o aluno ator possa exercer sua atividade.

Na apresentação do problema o professor-diretor deve levar em consideração uma atuação simples e rápida, assim como a linguagem deve ser objetiva para que a solução do problema seja clara.

E a composição do ambiente deve ser composta pelo físico, onde o palco deve ser equipado oferecendo o necessário para se atuar, e a atmosfera do ambiente deve possibilitar o momento de prazer e desconcentração como explica Viola.

Podemos entender como sentido de tempo, quando um problema de atuação é interrompido. Enfim durante as oficinas de trabalho, é importante se ter como ideal um ambiente planejado, até porque quando os jogadores possui um bom êxito se obtém uma experiência mais ampla.

O texto compreender a criança Viola Spolin nos remete a importância da liberdade pessoal com a finalidade de permitir a criança a oportunidade de experenciar, e que a oficina teatral possibilite a liberdade pessoal e a igualdade.

O trabalho com o grupo infantil deve ser estimulador, motivador propiciando posteriormente a liberdade pessoal para que ocorra expressão individual.

O ambiente do teatro infantil deve ser diferenciado, porque deve ter uma estrutura motivadora com acessórios que despertem o interesse da criança, como: locais para dançar, brincar e jogar. Os jogos devem ser selecionados, pois eles são instrumentos valiosos para o treino do teatro até porque qualquer tipo de participação grupal incluindo-se movimento, ritmo e som é de grande valor.

Atenção e energia do grupo infantil deve conter três partes essenciais: Jogos, movimentos criativos e teatro.

Jogo Dramático muitas vezes não passam de um faz de conta onde a criança tem a liberdade de dramatizar personagens e fatos de experiências vívida no seu cotidiano. Por isso assim como o adulto a criança leva tempo fazendo jogo dramático.

Quanto ao palco é preciso que a criança compreenda que não é uma extensão de sua vida e que o ator no palco deve criar a realidade, sendo assim permissível conservar o jogo espontâneo da criança transformando em comportamento de Palco comunicável, dando ênfase assim a luta pela criatividade que nada mais é uma atitude, um modo de encarar algo, logo a criatividade é sim a curiosidade, a alegria e a comunhão vívida pela criança em um espaço que lhe foi permitido onde existe a liberdade pessoal de penetrar no ambiente e experienciar.

Na verdade percebemos que uma pessoa livre, trabalhando com a arte deve ser disciplinada, pois a liberdade criativa depende da disciplina. Contudo a disciplina imposta produz inibições e ações de rebeldia nas crianças, podendo assim ter a consequência negativa para o ensino.
Enfim de maneira significativa podemos ter um olhar de acordo com Viola, que a criança a partir do momento que é dada liberdade pessoal ela é sim autônomo de si, capaz de construir seus conceitos e ideais. Devemos sim tratar crianças como iguais mais nunca como adultos.

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