Resenha
Spolin,
Viola
Improvisação
para o teatro / Viola Spolin; [tradução e revisão Ingrid Dormien Koudela e Eduardo José de Almeida Amos]. – São Paulo:
Perspectiva, 2005. – (Estudos; 62 / dirigida por J. Guinsburg). Titulo
Original: Improvisation for the theater 2ª reimpr. da 4. ed. de 2000.
Bibliografia. ISBN 85-273-0139-3.
Credenciais
da Autora
Viola Spolin ( Chicago, 7 de
novembro de 1906 Los Angeles, 22 de novembro de 1994) autora e diretora de
teatro, é considerada por muitos como a avó norte-americana do teatro
improvisacional. Elaboradora dos Jogos Teatrais, metodologia de atuação e
ensino de teatro, está presente em todos os fundamentos da atual comédia
norte-americana, assim como os jogos apresentam influências do cabaré alemão e
da commedia dell'art (Los Angeles Times). Ela influenciou a primeira geração de
artistas norte-americanos da arte da improvisação através do Compass Theater e
do Second City, grupos teatrais de Chicago das décadas de 1950 e 1960.
O
texto a Experiência Criativa a autora Viola Spolin traz a ideia que todas as
pessoas podem atuar, improvisar e que se desejarem podem jogar, aprender e ter
seu valor no palco. Entretanto de acordo com a autora experiênciar é envolvesse
totalmente no ambiente tendo a espontaneidade como momento de liberdade pessoal.
Espontaneidade essa que possibilita o indivíduo a sua formação como sujeito,
além de permitir momentos de descoberta, experiência e expressão criativa,
visto que o professor junto com aluno realizem experiência onde a criativa e a
inspiração são essências para que possam
atuar no palco.
Dando
ênfase maior na questão da espontaneidade a autora dividiu em sete aspectos.
O
primeiro é o jogo que se caracteriza por ser uma forma natural onde o grupo
possibilita a pessoa o total envolvimento necessário para que a experiência
possa acontecer. No aspecto da aprovação e desaprovação é preciso permitir ao
jogador a liberdade necessária para jogar, porém esse aspecto retrata uma
característica marcante que é o autoritarismo, causando uma inibição na
formação do sujeito. E assim podemos perceber que muitos de nós fomos educados
por aprovação e desaprovação, sendo passivos a julgamentos já estabelecidos não
permitindo ser capaz de fazer nossas próprias escolhas. Porém quando esse
autoritarismo é quebrado o sujeito torna-se autônomo de si, descartando essas
qualificações como “bons” ou “maus” feita desde o nascimento. Enfim podemos
concluir que a verdadeira liberdade pessoal e a auto-expressão só acontece
realmente quando as atitudes entre professor e aluno possibilitem a igualdade e a autonomia entre ambos as partes
Na
expressão de grupo podemos perceber a importância do talento para atividade
artística, e a diferença entre competição imposta que é aquela que destrói a
natureza básica da atuação no palco ocultando a auto-identidade e separando um
jogador do outro, já competição natural é aquela que permite uma melhor
abertura para atividade de grupo estimulando resolução de problemas e
permitindo que o indivíduo permaneça intacto enquanto joga.
O
que seria do ator sem a platéia?
Na
realidade o ator deve ter bem claro que não existe teatro sem plateia, até
porque eles são os convidados os avaliadores, ou seja, eles dão significado ao
espetáculo. A platéia é um grupo do qual o ator está compartilhando suas
experiências.
As
técnicas teatrais é um dos aspectos que dá ao autor a consciência direta e
dinâmica de atuar, sabendo que quando o autor sabe que existem várias maneiras
, de fazer e dizer algo as técnicas aparecerão de maneira ampla e total.
A
transposição do processo de aprendizagem é um treinamento teatral que segundo
Viola não se faz em casa, a única tarefa de casa é a experimentação. E o
material necessário para o teatro é o crescimento artístico que é oferecido
pelo mundo. A fiscalização o sétimo aspecto se faz pelo relacionamento físico e
sensorial, ou seja, o artista capta e expressa para o mundo o que podemos
chamar físico e através da linguagem física que o autor comunica-se com a platéia.
No
texto procedimentos: nas oficinas de trabalho, Viola traz a ideia que a
improvisação acontece do encontro e atuação do presente e que pode está em
constante transformação. Assim solução de um problema é importante, pois
elimina a necessidade do professor analisar o intelectual e retalhar o trabalho
de um aluno utilizando-se de critérios pessoais, logo deve ser livre a maneira
como aluno ator soluciona o problema, tornando-se uma questão pessoal. Na
solução de problemas é importante evitar o dogmatismo para não prender-se em
palestras de como atuar, logo tem-se que cada um a partir de seu próprio ponto
de vista focalize mutuamente os problemas que surgirão. A partir do ponto de
concentração independente da pessoa ou idade qualquer pessoa pode aprender
teatro mesmo ele sendo uma arte complexa. Podemos entender que na realidade o
ponto de concentração libera força grupal e o gênio individual, contudo existe
alunos que resiste trabalhar com POC, estes serão sempre problemas e jamais
serão capazes de improvisar, até porque improvisar é atuar sobre o ambiente e
permitir que os outros atuem sobre a realidade presente, ou seja, como num
jogo. A avaliação no sentido de procedimento para oficinas de trabalho é
importante que o professor-diretor não veja como algo isolado, que ele deve
assumir sozinho, é necessário que seja construída tanto pelo professor como
pelo aluno, porque a avaliação é uma parte importante do processo e é vital
para que se compreenda o problema tanto para o jogador como para platéia.
A
instrução além de servir como um guia proporciona ao aluno a auto-identidade,
ou seja, a instrução auxilia para que o ponto de concentração seja mantida
dentro da atividade, logo percebemos a instrução como uma fonte de energia que
mantém a realidade do palco viva para que o aluno ator possa exercer sua atividade.
Na
apresentação do problema o professor-diretor deve levar em consideração uma
atuação simples e rápida, assim como a linguagem deve ser objetiva para que a
solução do problema seja clara.
E
a composição do ambiente deve ser composta pelo físico, onde o palco deve ser
equipado oferecendo o necessário para se atuar, e a atmosfera do ambiente deve
possibilitar o momento de prazer e desconcentração como explica Viola.
Podemos
entender como sentido de tempo, quando um problema de atuação é interrompido.
Enfim durante as oficinas de trabalho, é importante se ter como ideal um
ambiente planejado, até porque quando os jogadores possui um bom êxito se obtém
uma experiência mais ampla.
O
texto compreender a criança Viola Spolin nos remete a importância da liberdade
pessoal com a finalidade de permitir a criança a oportunidade de experenciar, e
que a oficina teatral possibilite a liberdade pessoal e a igualdade.
O
trabalho com o grupo infantil deve ser estimulador, motivador propiciando
posteriormente a liberdade pessoal para que ocorra expressão individual.
O
ambiente do teatro infantil deve ser diferenciado, porque deve ter uma
estrutura motivadora com acessórios que despertem o interesse da criança, como:
locais para dançar, brincar e jogar. Os jogos devem ser selecionados, pois eles
são instrumentos valiosos para o treino do teatro até porque qualquer tipo de
participação grupal incluindo-se movimento, ritmo e som é de grande valor.
Atenção
e energia do grupo infantil deve conter três partes essenciais: Jogos, movimentos
criativos e teatro.
Jogo
Dramático muitas vezes não passam de um faz de conta onde a criança tem a
liberdade de dramatizar personagens e fatos de experiências vívida no seu
cotidiano. Por isso assim como o adulto a criança leva tempo fazendo jogo
dramático.
Quanto
ao palco é preciso que a criança compreenda que não é uma extensão de sua vida
e que o ator no palco deve criar a realidade, sendo assim permissível conservar
o jogo espontâneo da criança transformando em comportamento de Palco comunicável,
dando ênfase assim a luta pela criatividade que nada mais é uma atitude, um modo
de encarar algo, logo a criatividade é sim a curiosidade, a alegria e a
comunhão vívida pela criança em um espaço que lhe foi permitido onde existe a
liberdade pessoal de penetrar no ambiente e experienciar.
Na
verdade percebemos que uma pessoa livre, trabalhando com a arte deve ser
disciplinada, pois a liberdade criativa depende da disciplina. Contudo a
disciplina imposta produz inibições e ações de rebeldia nas crianças, podendo
assim ter a consequência negativa para o ensino.
Enfim de maneira significativa podemos ter um
olhar de acordo com Viola, que a criança a partir do momento que é dada
liberdade pessoal ela é sim autônomo de si, capaz de construir seus conceitos e
ideais. Devemos sim tratar crianças como iguais mais nunca como adultos.
Muito Bom!
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