Universidade
Federal da Bahia
Faculdade de
Educação
Departamento I
Curso de
Pedagogia
EDC291 Educação
de Jovens e Adultos
Docente- Sandra
Marinho
Discente-
Dejenane Silva
FONTE: COELHO,
Ana Maria Simões; EITERER, Carmem Lúcia. A didática na EJA: contribuições de
Gaston Bachelard. In:SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia; GOMES, Nilma
Lino. (orgs). Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte:
Autêntica, 2005. P. 169-183.
A didática na EJA:
Ao iniciar o texto A didática na EJA as autoras Ana Maria
Simões e Carmem Lúcia ressalta suas inquietações acerca das contribuições de
Bachelard no Campo do Ensino Fundamental jovens e adultos a respeito da
construção do conhecimento e o processo ensino aprendizagem desenvolvido na
sala de aula pelos educadores da EJA. De acordo com as autoras a visão de mundo
dos adultos representa um aspecto importante, concepção admitida por Bachelard.
Partindo da ideia de que as experiências vividas pelo sujeito EJA, sejam de
grande valia para construção do conhecimento. Contudo surge inquietações nas autora, como relacionar as experiências
do educando com as convicções pedagógicas do educador EJA.
Com a constituição de 1988 e a LDB a educação de jovens e
adultos aponta como necessidade para esse campo: formação de educadores, um
currículo adequado, materiais e estratégias de ensino diferenciado para atender
as necessidades dessa especificidade. Sendo assim percebe-se que as concepções
de Paulo Freire sobre a alfabetização de jovens e adultos traz em si valores
importantes para esse campo, porque Freire releva a ideia de valorizar a visão
de mundo do educando, como ponto de partida para formação humana, ou seja, para
Freire não basta só a escolarização é preciso da continuidade a esse processo,
porém a partir da experiência no Projeto Fundamental de jovens e adultos foi
possível observar que a prática escolar não considera as especificidades do
sujeito EJA, logo não se coloca como relevante as experiências vividas pelo
educando.
Segundo as autoras a questão a relação do aluno com
conhecimento escolar na EJA evidencia-se como uma importante problemática a ser
analisada, logo as contribuições da pedagogia, faz com que muitos dos professores compreendam necessidade da participação do aluno estimulando assim o
diálogo, desfazendo a ideia de uma educação onde o aluno é apenas um vaso a ser
preenchido. Nesta perspectiva surge o desafio para o educador EJA de saber
relacionar a valorização da vivência de mundo com as aquisições do conhecimento
científico. E nesse sentido que consideramos as contribuições de Bachelard,
importante pois ele descarta o autoritarismo do professor e a passividade do
aluno na construção do conhecimento. Reconhecendo que o processo ensino
aprendizagem acontece a partir da relação educador e educando, pode-se assim
visar uma pedagogia mais efetiva onde o foco no aluno é a valorização do
conhecimento que ele traz a partir das suas experiências.
Na formação do espírito científico, Bachelard deixa claro que
ao longo dos séculos os modelos científicos são substituídos, porém não ocorreu
de maneira linear, logo de acordo com o autor o saber verdadeiramente ocorre
quando se opera a substituição de imagens e analogias por conceitos, enfim para
Bachelard a cultura cientifica teria como ponto de partida afetividade dando
ênfase aos conhecimentos dos alunos, ou seja, sair da mecânico para o dinâmico.Nesta
perspectiva o autor, professor e filosófico defende a ideia de apresentar ao
aluno um ensino ativo, em que através do diálogo possibilite o aluno a ser um
questionador. Norteando em todos os aspectos a problemática da formação do sujeito
EJA na relação professor x aluno, e na construção do processo ensino aprendizagem, fica
evidente que existem modelos que são excludentes, que é preciso reconhecer a
necessidade de se respeitar a diversidade de valores, experiências de vida
desses sujeitos e que cabe ao educador saber conviver com as diferentes visões
de mundo trazido pelos educando.